quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Que vergonha, deputados!

Lamentável a atitude dos 220 deputados que votaram contra o projeto que direciona os royalties do petróleo para a educação pública brasileira. E, pior ainda, saber que tem absoluta razão o post da Maria Frô, que diz que "Aposto que se vocês forem atrás do discurso desses 220 deputados que disseram não à educação vocês encontrarão o discurso demagógico de campanha deles dizendo que os problemas do país são devido à falta de investimentos na educação. Vocês verão os cara de pau prometendo lutar por mais verbas para a educação."
Verdade seja dita, ao contrário do que dizem em seus discursos à caça de votos, muitos políticos não tem o menor interesse em que haja uma melhor educação. O que faz sentido, afinal pessoas que tenham algum nível de pensamento crítico muito provavelmente não votariam nesses senhores.
Felizmente, algumas coisas estão começando a mudar neste país, ainda que a passos muito mais lentos do que eu gostaria, e a gritaria foi geral, desde o momento da divulgação da votação. Este é um dos motivos pelos quais eu defendo que as votações em plenário sejam sempre nominais e abertas, para podermos cobrar daqueles que deveriam ser nossos representantes que realmente representem seus eleitores, e não seus próprios intere$$es.
Eu não me furtei a gritar, também. Encaminhei e-mail aos 22 deputados paulistas que votaram contra a destinação dos royalties para a educação (falar que o Tiririca votou contra é piada pronta muito rasteira?), cobrando deles uma mudança de posicionamento.
Numa conta rápida, a bancada de São Paulo que votou contra equivale a 10% dos que votaram contra. Se apenas a metade deles, 11, mudar de opinião e na reapresentação do projeto, feita pelo PC do B, votar a favor, já pode ser o suficiente para reverter o quadro. Uma grande vitória para nós, brasileiros.
Peço a todos os meus leitores que também ajam a favor da melhora na educação do nosso povo, afinal não adianta apenas reclamarmos, se não fizermos um mínimo para mudar a situação. Acessem aqui a lista de votação, e vejam como votaram os seus deputados, ou os deputados do partido no qual vocês votaram, cobrem a mudança de atitude, se for o caso. Leiam a Carta Aberta da Undime, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação. Escrevam. Incomodem. Exerçam a cidadania, algo que sempre reclamamos, de fato, e não apenas no discurso.
Abaixo está o texto que enviei aos deputados paulistas. Sintam-se livres para copiá-lo, se for o caso. A educação no Brasil agradece, e as futuras gerações também.

Sobre sua votação acerca do PL Nº 2565/2011

Senhor Deputado,
Como eleitor paulista que sou, sinto-me profundamente envergonhado em verificar que a sua votação acerca do substitutivo apresentado pelo deputado Carlos Zarattini, estabelecendo 100% dos royalties do petróleo para a educação foi no sentido da rejeição do mesmo.
Deputado, certamente é de seu conhecimento que a educação é imprescindível ao pleno exercício da cidadania. Uma nação incapaz de prover ao menos a educação básica aos seus habiantes jamais apresentará condições adequadas de desenvolvimento humano e social. Jamais permitirá que seja minimamente cumpido o direito básico de igualdade.
Sem educação, Senhor Deputado, torna-se impossível manter a ordem. Torna-se impossível que haja o progresso. E como poderíamos querer que o Brasil, a nossa nação, receba da comunidade internaconal o respeito merecido, se nos mesmos formos incapazes ao menos de seguir o lema "Ordem e Progresso" estampado na nossa bandeira?
Não, Senhor Deputado, não podemos aceitar que nós mesmos nos condenemos a uma eterna e triste situação de "país subdesenvolvido". Não podemos ceder ao conformismo, ao contrário, podemos e devemos ousar. Podemos e devemos querer e lutar para que nosso país seja cada vez maior. Cada vez melhor. Cada vez mais justo.
Felizmente, Deputado, nem tudo está perdido. Uma vez que o projeto foi reapresentado junto a essa nobre Casa, existe a possibilidade de que o Senhor Deputado repense sua posição, e reveja seu voto. Tomando esta atitude, o Senhor Deputado estará atendendo aos meus anseios e, certamente, o de muitos outros eleitores paulistas.
Eu sou apenas um eleitor, Deputado. Sei disto. Tenho direito a um único voto, e fico feliz que seja assim, que todos sejam iguais na hora de votar. Mas também tenho senso crítico. Tenho voz, e capacidade de influenciar, minimamente que seja, a opinião de meus familiares. De meus vizinhos. De meus colegas de trabalho. Enfim, da comunidade onde estou inserido. E, com absoluta certeza, qualquer poder de influência que eu tenha, será utilizado no sentido de promover a eleição de candidatos que estejam realmente comprometidos em representar os interesses de seus eleitores.
Obrigado pela atenção.
Enio Luiz Figueiredo Vedovello

Em tempo: Quando, e se, eu receber alguma resposta, a tornarei pública neste mesmo espaço.